O papel da inovação tecnológica e da gestão conjunta do setor cibernético na integração das Operações de Informação no Brasil

comparação com Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Rússia

Autores

  • Márcio Saldanha Walker Comando de Operações Terrestres - COTER

DOI:

https://doi.org/10.22480/revuinfa.%25y.v30.491

Resumo

O objetivo do estudo é verificar o papel da inovação tecnológica e da gestão conjunta do setor cibernético na integração das Operações de Informação no Brasil. O advento das inovações tecnológicas modificou a visão das forças armas mundiais com relação à organização do setor cibernético e à integração das Operações de Informação. No Brasil, as propostas políticoestratégicas do Ministério da Defesa resultaram em iniciativas no setor cibernético nas três Forças Armadas, impactando a gestão organizacional das Operações de Informação conjuntas. Por problema evidenciou-se foi que as três Forças Armadas brasileiras estruturaram diferentes sistemas cibernéticos e de informação, de forma divergente à tendência mundial quanto à interoperabilidade em Operações Conjuntas. No método, foi utilizada a comparação da visão políticoestratégica organizacional e das estruturas cibernéticas conjuntas nas Operações de Informação dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Rússia, com a visão político-estratégica e as estruturas cibernéticas e de Operações de Informação do Brasil. Assim, verificou-se que, embora parcialmente divergentes, os países comparados com o Brasil apresentam uma visão comum quanto à proposta político-estratégica e estrutura cibernética conjunta, diferentemente do modelo de gestão da informação cibernética do Brasil que não possui a visão conjunta organizacional. Como conclusão, o estudo sugere a integração pela inovação da Gestão da Informação, com a unificação da estrutura cibernética no nível estratégico e operacional conjunto das Forças Armadas, de forma a aumentar a interoperabilidade das Operações de Informação.

Referências

ARAUJO, M. L. A. Operações no amplo espectro: novo paradigma do espaço de batalha. In: Doutrina Militar Terrestre em Revista, Brasília, jan-mar. 2013.

BELLAIS, R. Technology and the defense industry: real threats, bad habits, or new (market) opportunities? Journal of Innovation Economics & Management, France: De Boeck Supérieur, v. 2, n.12, 2013. p. 59 –78.

BRASIL. Escola Superior de Guerra. Manual Básico, rev. e atual. Rio de Janeiro, 2014a 4 v.

______. Ministério da Defesa. Debates sobre Guerra Eletrônica e Defesa Cibernética na LAAD. Brasília, 2015b. Disponível em: http://www. defesanet.com.br/laad2015/noticia/18889/Debatessobre-Guerra-Eletronica-e-Defesa-Cibernetica-naLAAD/. Acesso em: 05 jun. 2016.

______. Ministério da Defesa. Decreto n. 7.276, de 25 de agosto de 2010. Aprova a Estrutura Militar de Defesa e dá outras providências. ). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7276.htm. Acesso em: 6 jun. 2016.

______. Ministério da Defesa. Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Portaria nº 9/ GAP/MD, de 13 de janeiro de 2016. Aprova das Forças Armadas (MD35-G-01). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.14, 21 jan. 2016.

______. Ministério da Defesa. Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Portaria nº 3010/ MD, de 18 de novembro de 2014b. Aprova Doutrina Militar de Defesa Cibernética (MD31-M-07). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n. 224, 19 nov. 2014.

______. Ministério da Defesa. Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Portaria nº 3810/ MD, de 8 de dezembro de 2011. Aprova Doutrina de Operações Conjuntas (MD30-M-01). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n. 236, 09 dez. 2011.

______. Ministério da Defesa. Estado-Maior do Exército. Portaria nº 8/EME, de 29 de janeiro de 2014. Aprova o Manual de Campanha (EB20-MC-10.2013) Operações de Informações 2014. Boletim do Exército, Brasília, DF, n.05, 31 jan. 2014c.

______. Ministério da Defesa. Estado-Maior do Exército. Portaria nº 004/EME, de 09 de janeiro de 2014. Aprova o Manual de Fundamentos (EB70- MF-10.103) Operações 2014. Boletim do Exército, Brasília, DF, n.05, 31 jan. 2014c.

______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Bases para a transformação da Doutrina Militar Terrestre. Brasília, DF, 2013.

______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Defesa Cibernética entra em nova fase. Brasília, 2015a. Disponível em: http://www.defesanet.com. br/cyberwar/noticia/19849/EB---Defesa-Ciberneticaentra-em-nova-fase. Acesso em: 01 jun. 2016.

______. Ministério da Defesa. Livro Branco da Defesa. Brasília: [S.n.], 2012a.

______. Ministério da Defesa. Política Nacional de Defesa (PND): Estratégia Nacional de Defesa (END). Brasília: [S.n.], 2012b.

______. Ministério da Defesa. Portaria Normativa nº 2.777/MD de 27 de outubro de 2014e. Aprova Diretriz de implantação de medidas visando à potencialização da Defesa Cibernética Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil Brasília, DF, n. 208, 28 out. 2014.

______. Portaria Normativa nº 3.389/MD, de 21 de dezembro de 2012. Aprova a Política Cibernética de Defesa (PCD) - MD31-P-02. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.249, 27 dez. 2012c.

CAMELO, J. R. S.; CARNEIRO J. M. E. A atuação do Centro de Defesa Cibernética na Copa das Confederações Fifa/2013. Brasília: [S.n.], 2013.

CARVALHO, P. S. M. O setor cibernético nas Forças Armadas Brasileiras. Desafios estratégicos para a segurança e defesa cibernética 1. ed. Brasília: Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2011.

COWAN, R.; FORAY, D. Quandaries in the economics of dual technologies and spillovers from military to civilian research and development. Research Policy, n. 24, 1995. p. 851-868.

CROMER, C. T.; DIBRELL, C.; CRAIG, J. B. A Study of Schumpterian (Radical) vs. Kirznerian (Incremental) Innovations in Knowledge Intensive Industries. Journal of Strategic Innovation and Sustainability vol. 7, n.1, 2011 p. 28-42. FANG, Z. Exploring the synergy between entrepreneurship and innovation. International Journal of Entrepreneurial Behaviour & Research, v. 11, n.1, 2005, p. 25-41. Disponível em: Acesso em: 20 ago. 2010.

FUCK, M. P.; VILHA, A. M. Inovação Tecnológica: da definição à ação. Revista Contemporâneos, São Paulo, n. 9, p. 1-21, nov. 2011 – abr. 2012. GILES, K. Information Troops: a Russian Cyber Command? In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON CYBER CONFLICT, n.3, 2011. Proceedings of…. Estonia, 2011, p. 45-60.

_____. Russia’s Public Stance on Cyberspace Issues. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON CYBER CONFLICT, n.4, 2012. Proceedings of… Oxford, 2012, p. 63-75

GREEN, J. A. Cyber Warefare: a multidisciplinary analysis. London: Routledge, 2015. 196 p.

IHS 360: Germany outlines plan to create Bundeswehr cyber command.

LITOVKIN, Nikolai. Russia’s cyber army hacks a spot in the Top 5. RBTH Science & Tech. Jan, 2017 Disponível em: https://www.rbth. com/defence/2017/01/12/russias-cyber-armyhacks-a-spot-in-the-top-5_679221. Acesso em: 12 nov. 2017.

MANSO, R. C. Sistemas cibernéticos na MB: desafios e perspectivas. Rio de Janeiro: Escola de Guerra Naval, 2013.

MÄNTYNEVA, M. Kasvua innovaatioista. Helsinki: Kauppakamari, 2012.

MARTINS, E.; TERBLANCHE, F. Building organizational culture that stimulates creativity and innovation, European Journal of Innovation Management, n.6, v.1, p. 64-75, 2003.

McGEE, J.; PRUSAK, L. Informação e Concorrência. In: ______. Gerenciamento Estratégico da Informação: aumente a competitividade e a eficiência de sua empresa utilizando a informação como uma ferramenta estratégica, 9. ed., Rio de Janeiro: Campus, 1994. p. 3-170.

McKENZIE, K. The rise of asymmetric threats: priorities for defense planning. In: FLOURNOY, M. (ed.). QDR 2001 Strategic-driven Choices for America Security. Washington: National Defense University Press, 2001. p. 75-105.

MSHVIDOBADZE, K. The Battlefield On Your Laptop. 2011. Disponível em: http://www.rferl. org/articleprintview/2345202.html. Acesso em: 11 out. 17.

NEMUTANZHELA, P.; IYAMU, T. A Framework for enhancing the information systems innovation: using competitive inteligente. The Electronic Jour Rogers, New York: Free Press, 2011.

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3 ed. Rio de Janeiro, 1997.

PERKINS, D. G. Army operating concept: delivering the future. US Army Training and Doctrine Command, Army Magazine, United States, v. 64, n. 10, p. 65, out. 2014

PERUCCHI, V.; FERREIRA, T. L. R. Gestão e o fluxo da informação nas organizações: um ensaio a partir da percepção de autores contemporâneos. João Pessoa: IESP, 2010.

ROGERS, E. M. Diffusion of innovations. 5 e.d. New York: Free Press, 2003.

RUMSFELD, D. Transforming the militar. Foreign Affairs, v.3, n.81, p. 20-32, 2002.

RUSSIA. Collective Security Treaty Organisation, 2012. Disponível em: http://www.odkb. gov.ru/start/ index_aengl.htm. Acesso em: 21 abr. 2016.

______. Security Council of the Russian Federation: Information Security Doctrine of the Russian Federation. 2000.

SAUNDERS, K. et al. Priority-setting and strategic sourcing, in the naval research,dev elopment, and technology infrastructure. Santa Monica: RAND, 1995.

SCHINDLER, F. As Operações de Informação na Alemanha. Rio de Janeiro: ECE5ME, 2015.

SERFATI, C. Production d’armes, croissance et innovation. Paris: Economica, 1995. SOLATIE, J.; MÄKELÄINEN, M. Ideasta innovaatioksi: Luovuus hyö-tykäyttöön. Helsinki: Talentum Media Oy, 2009.

UNITED KINGDOM. Her Majesty’s Government. National Cyber Security Strategy 2016-2021. Disponível em: https://www.gov.uk/government/ uploads/system/uploads/attachment_data/file/567242/ national_cyber_security_strategy_2016.pdf. Acesso em: 9 nov. 2017.

______. Joint Forces Command.

______. Ministry of Defense. JWP 3-80 Joint Warfare Publication: Information Operations. United Kingdom, 2002.

______. Ministry of Defense. Military recruitment, training and operations.

UNITED STATES. US Joint Chief of Staff. Department of the Army. FM 3-0: Operations. Washington, DC: [s. n.], 2008.

______. US Joint Chief of Staff. Department of Defense. DoD Initiates Process to Elevate U.S: Cyber Command to Unified Combatant Command. 2017.

______. US Joint Chief of Staff. Department of Defense. JP 3-12: Cyberspace Operations. Washington, DC: [s.n.], 2013.

______. US Joint Chief of Staff. Department of Defense. JP 3-13-1: Information Operations.. Washington, DC: [s.n.], 2014.

VARVAKIS, G.; VITAL, L. P.; FLORIANI, V. M. Gerenciamento do fluxo de informação como suporte ao processo de tomada de decisão. Londrina: [s.n] , jun./jul. 2010.

VEIGA, R. Q. A defesa cibernética (Def Ciber) na visão da força aérea brasileira (FAB). Coleção Meira Mattos: Revista das Ciências Militares, Rio de Janeiro. Disponível em: https://www. eceme.ensino.eb.br/meiramattos/index.php/ RMM/article/download/215/181. Acesso em: 12 jun. 2016.

Downloads

Publicado

2022-10-24

Como Citar

WALKER, M. S. O papel da inovação tecnológica e da gestão conjunta do setor cibernético na integração das Operações de Informação no Brasil: comparação com Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Rússia. Revista da UNIFA, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, 2022. DOI: 10.22480/revuinfa.%y.v30.491. Disponível em: https://revistaeletronica.fab.mil.br/index.php/reunifa/article/view/491. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Opinião