O Impacto do Estresse Térmico na Instrução Aérea do 1°/11°GAV

Resumo

Foi observado que os pilotos de helicóptero em formação no Primeiro Esquadrão do Décimo Primeiro Grupo de Aviação (1°/11°GAV) retornavam da instrução aérea com intensa sudorese, sintomas de cansaço físico e respiração ofegante. Subjetivamente, muitos pilotos atribuíam uma redução no desempenho na instrução em função dos efeitos do calor a bordo da cabine de voo. Isto gerou uma inquietação e, para verificar a existência de fundamento científico, foi realizado este estudo que teve como objetivo verificar a influência do estresse térmico no desempenho dos pilotos em formação. Dessa forma, este trabalho foi realizado em duas fases: a primeira baseada na apresentação das conceituações propostas pelo referencial teórico e a segunda em pesquisa de campo, onde foram coletados dados por meio de questionário, registros meteorológicos e dados de voo. Buscou-se analisar os dados obtidos sob a ótica dos conceitos apresentados e através de cálculos de correlação estatística. Por fim, pôde-se verificar a existência de sintomas de ordem fisiológica compatíveis com a condição de estresse térmico e que as condições ambientais da cabine de voo do helicóptero H-50 Esquilo, durante os voos de instrução aérea ministrados pelo 1°/11°GAV, estão fora da faixa de conforto térmico. Após a correlação das variáveis envolvidas, verificou-se que 61% dos pilotos em instrução tiveram os seus desempenhos influenciados negativamente pelos efeitos do estresse térmico, porém em fraca intensidade.